Rede de costureiras
A rede de costureiras parceiras do Observatório Antropológico
A pandemia do novo Coronavírus impôs a todos nós um cenário de crise. Medidas de isolamento social foram e são necessárias para a contenção do vírus, medidas essas que impactaram diretamente a economia do país, na Paraíba a taxa de desemprego chegou a 16,8% no final de 2020, segundo os dados de uma pesquisa realizada pelo Laboratório de Inteligência Artificial e Macroeconomia Computacional (Labimec) da UFPB. Muitas famílias de trabalhadores informais, do comércio e microempreendedores se viram em uma situação difícil onde foi necessário parar ou modificar suas atividades a fim de cumprirem as medidas de isolamento, causando assim um prejuízo em cadeia para a economia local, ainda mais agravada em bairros vulneráveis.
Nesse cenário de crise sanitária e econômica, a importância da Rede de Costureiras parceiras do Observatório Antropológico se deu em duas frentes: auxiliar na geração de renda para as famílias das 16 pessoas que participaram e facilitar o acesso ao item essencial de proteção que é a máscara. A ação aconteceu entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, abarcando um momento de maior vulnerabilidade das famílias mais carentes, agravado pelo fim do Auxílio Emergencial em dezembro do ano passado. O projeto foi financiado pela Agência Universitária de Francofonia (AUF).
O nosso projeto conta com uma equipe bem diversa de costureiras, mulheres indígenas, quilombolas e de várias periferias, como também temos a participação de homens, todos com o objetivo de complementar a renda familiar. A oportunidade para a geração de renda familiar a partir das mulheres vem em um momento oportuno, pesquisas já nos mostraram que o trabalho feminino foi o mais afetado na pandemia com demissões, redução de salário e até demissão voluntária dada a sobrecarga de tarefas com os filhos em casa.
A diversidade cultural das costureiras é outro ponto que prezamos no nosso projeto. A importância e necessidade de incluirmos mulheres e homens contribuindo com a renda de diferentes famílias e comunidades. A produção e entrega das máscaras foi fruto da cooperação e parceria com diversas associações e organizações, situadas em todos os bairros e cidades em que atuamos. São pessoas quilombolas, indígenas Potiguara; ciganas da cidade de Sousa e moradores da de Bayeux e de João Pessoa, dos bairros do Timbó, Mangabeira, Roger, Bancários, Santa Clara e Grotão. As máscaras foram distribuídas gratuitamente nesses e em outros bairros e comunidades em que atuamos.
Referências: