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Comunidade Grilo

21 junho 2021

A comunidade quilombola Grilo está localizada na zona rural do município de Riachão do Bacamarte. Segundo pesquisa feita por Araújo et al. (s/d), a comunidade possui uma faixa de terra que corresponde a 50 hectares e é composta por aproximadamente 80 domicílios, com um total de 350 pessoas. A origem do nome da comunidade veio graças a grilos que cantavam sem parar em torno de um olho d'água que existia na comunidade.


Segundo relatos de antigos moradores, os primeiros habitantes a ocuparem a região foi o casal Josefa Graciliano e Manuel por volta de 1918. E ao longo de meados do século XX novos habitantes se incorporaram através da compra de pequenos hectares do fazendeiro Nunca Honório, esses pequenos agricultores viviam em situação de exploração, trabalhando em regime de servidão para fazendeiros da região.


Atualmente as famílias da comunidade possuem pequenas porções de terra que comportam a casa e pequenas hortas, esses terrenos passaram de pais para filhos deixados de herança, mas sem documentação registrando a propriedade. A falta de trabalho na região motiva a migração de membros da comunidade à procura de trabalho em estados como o Rio de Janeiro e, também, para usinas de açúcar localizadas na Paraíba e em Pernambuco. A falta de trabalho é resultado da falta de terras para plantio; só é possível plantar com o pagamento do foro aos proprietários, que é um tipo de arrendamento que se paga adiantado (correndo o risco de a colheita não ser boa o suficiente).


A comunidade Grilo conseguiu em 20 de maio de 2006 a emissão do certificado de Comunidade Remanescente de Quilombo feita pela Fundação Cultural Palmares. Segundo pesquisa de Araújo et al. os critérios de pertencimento do grupo são critérios de parentesco. Isso não exclui o pertencimento de não-parentes através da ligação com a terra.


Como expressão cultural da comunidade do Grilo temos a ciranda como prática em festas e comemorações da comunidade. Em sua tese de doutorado. Em sua tese de doutorado Amaral afirma que a ciranda contribui para “fortalecer os laços de sociabilidades entre os guineenses"(AMARAL, 2011). Outras tradições como a produção de cerâmicas e labirinto, um tipo de trançado, podem ser mencionadas, o conhecimento para a produção é passado de geração a geração.

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